O maior pecado



Estava lendo Clarice Lispector quando me deparei com a frase "A esperança era o meu pecado maior."
E pensei nela, em como ela, o meu maior amor, e a esperança eram os meus maiores pecados.


A esperança de um dia voltar a ser mágico como foi. A esperança de recomeçarmos a partir do momento em que as coisas foram ficando feias, quando começou a perder aquela piada que nós tínhamos. A esperança de re-escrever a nossa estória, para que tenha um final mais bonito do que teve. Ou talvez a esperança de que não tenha final, porque era com ela que eu imaginava o resto da minha vida!

E, como pecado, sabe bem mas faz mal. Até que é saboroso lembrar dela, dos nossos momentos e imaginar coisas ainda mais bonitas do que as que vivemos. Mas - há sempre um mas - quando volto à realidade e vejo que não passa de fumaça onde já não há mais fogo, a dor é ainda maior, o vazio por vezes é insuportável.



E tantas vezes questiono se valeu a pena viver aqueles momentos de felicidade.




Vou adiando o fim da esperança sobre aquele amor, porque quando ela se for nada mais vai restar, e é uma pena não restar nada de um nós tão bonito, tão grande.



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