Desculpa
Desculpa por todas as vezes em que te deixei à espera. Desculpa pelas vezes em que as palavras me saíam da boca mais depressa do que conseguia raciocinar. Desculpa pelas vezes em que tudo parecia mais importante do que tu e deixei de estar contigo para fazer aquele não-sei-quê que nem me lembro. Desculpa pela insegurança que te causava e pelo amor que não mostrava.
Sei que nada disto adianta agora, que fugiste para longe – e fizeste tu bem – mas a consciência pesa-me e a tua falta faz-se sentir a cada noite gelada que conduzo para casa, sentindo saudades dos teus beijos quentes.
Sabes que nunca fui desse género de mostrar sentimentos, eu disse-te, mas quando a tua falta é maior do que tudo as palavras são o meu escape. Gostava que lesses isto e me deixasses mostrar-te o melhor do mundo. Mesmo sabendo que é utopia da minha cabeça. Deixa-me sonhar, meu amor.
Sonho-te todas as noites. Espero que consigas dormir – digo isto por causa daquela teoria marada de que não conseguimos dormir quando alguém sonha connosco, ou o diabo a quatro. Voltando, sonho contigo todas as vezes que fecho os olhos, e se umas vezes acordo com o sorriso nos lábios porque pelo menos ali estava contigo, outras vezes acordo sobressaltado recordando o momento em que te foste embora, em que te deixei ir, quando não dei o braço a torcer e te agarrei pela mão pedindo-te para ficares.

Recordo vezes e vezes sem conta tudo o que vivemos e tudo o que ficou por viver. Na minha cabeça tenho vários diálogos contigo, desde aquelas coisas parvas que costumávamos discutir aos momentos em que te abro o meu coração e digo que és tudo o que eu quero. Falamos sobre as viagens que vamos fazer, os sítios que te quero mostrar, as saudades que vamos ter quando estiver longe e planos para o meu regresso, ...
Sonho acordado com o momento em que vais voltar para mim e o teu sorriso vai ser causado pela minha chegada.
No outro dia acordei no maior sobressalto depois de uma pesadelo horrível. Encontrámo-nos num daqueles sítios onde os nossos amigos gostam de ir e quando te preparavas para passar o meu cumprimento à frente fiz um daqueles olhares que diz "E eu?", enquanto me deste dois beijinhos disseste que não me querias ver nem pintado mas que tinhas respeito pelas pessoas que estavam ao lado e que não querias cenas.
Quando acabaste de cumprimentar toda a gente e todos os meus amigos já tinham babado pro teu vestido sexy, cheguei perto do teu ouvido e disse que precisava falar contigo - sabia que se dissesse que queria ia ouvir uma resposta torta, como podes ver, eu conheço-te, meu bem - deste aquele ar de resignação e agarrei-te pelo braço para te conduzir para fora daquele aglomerado e daqueles olhares.

Mal chegaste junto das tuas amigas começaste a dançar e vi a tua expressão de não-quero-saber, logo depois chegou um gajo e começaste a dançar com ele, não cheguei a perceber se era teu namorado porque vim imediatamente embora, não consegui ver-te com ele. E acordei com a imagem de ti com aquele individuo. Nunca mais durante o dia consegui pensar noutra coisa: terias alguém? E o meu coração foi-se despedaçando à medida que o dia passava.
Mais tarde lembrei de algo que não tinha dado muita importância, mas que estava dentro de mim. Eu sentia que te devia explicações e um pedido de desculpa. Não me tinha ocorrido. Fui abalroado pelo sentimento de culpa e pela tua falta que nem sequer tinha pensado nisso. Precisas disso, meu amor? Que pergunta parva, pois claro que sim! E quem sabe não me compreendes e voltas a sorrir para mim, e a amar-me...
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