Quando desceste as escadas...

Quando desceste as escadas que levavam até ao teu apartamento eu estava encostado ao carro, com um ramo de flores na mão, um olhar ansioso e um sorriso de felicidade.
Podia estar a jogar um dos milhentos jogos que tenho instalados no smartphone, ou a checar uma das redes sociais, mas não. Ao invés, eu esperava ansioso e nervoso a tua chegada. Preferi não me distrair com nada para não perder a hipótese de ver a tua primeira reação.
Várias vezes o coração bateu acelerado desnecessariamente: um vizinho que saía, um que levava o lixo, outro que só veio à caixa do correio e resolveu espreitar para a rua, e eu à beira de ataque cardíaco esperava pacientemente a tua chegada.
As pessoas olhavam-me admiradas, sorriam, admiravam das janelas e varandas e outras até elogiavam. Parece que era um gesto estranho. Os amores estão cada vez mais efémeros porque as pessoas não se esforçam, não agradam, ficam sempre com medo de serem julgadas.
Mas eu estava ali firme e forte à espera da razão da minha felicidade.
Quando vislumbrei o teu sorriso espantado soube que nunca foi em vão nada do que fiz. Estavas tão linda e eu tão apaixonado. E o teu beijo foi como um balão de oxigénio.
Os vizinhos aplaudiram, nós agradecemos e seguraste na porta que entretanto eu tinha aberto, entraste e eu pude ver um ar de felicidade que mais ninguém viu.
Mas mais bonito era o teu ar intrigado: porquê isto? é algum dia especial? E sem teres dito sequer uma palavra eu respondi: todos os dias contigo são especiais. Os teus olhos brilharam e eu soube que estava a fazer tudo certo.
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